13 MAI

CELEBRANDO A REVOLUÇÃO SOBRE RODAS: 13 DE MAIO, O DIA DO AUTOMÓVEL

No Brasil, o dia 13 de maio não apenas assinala a abolição da escravatura, mas também celebra uma revolução moderna que transformou a maneira como nos deslocamos, nos conectamos e influenciou profundamente o mundo contemporâneo: o Dia do Automóvel. É uma ocasião na qual mergulhamos nas origens cativantes deste meio de transporte e refletimos sobre como ele se tornou uma parte essencial de nossas vidas. A história do automóvel é uma narrativa de inovação, empreendedorismo e progresso tecnológico. Remonta ao final do século XIX, quando visionários como Karl Benz, Gottlieb Daimler e Henry Ford trabalharam incansavelmente para criar veículos motorizados que mudariam para sempre a paisagem urbana e rural.




Em 1886, Karl Benz patenteou o primeiro automóvel movido a gasolina, conhecido como o Benz Patent-Motorwagen. Este veículo revolucionário, equipado com um motor de combustão interna, marcou o início da era automobilística. Pouco tempo depois, em 1889, Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach construíram o primeiro automóvel de quatro rodas, contribuindo ainda mais para o desenvolvimento dessa tecnologia pioneira. Em 1908, Henry Ford lançou o icônico Modelo T, conhecido como "carro do povo". Com um design simples e robusto, e produção em massa, o Modelo T tornou os automóveis acessíveis para as massas, transformando o modo como as pessoas viajavam e trabalhavam.




Em 1913, Henry Ford introduziu a primeira linha de montagem em massa na fábrica da Ford em Highland Park, Michigan. Esse inovador método de produção reduziu significativamente o tempo de montagem de um veículo, permitindo a produção em massa a um custo acessível. Essa abordagem revolucionária não apenas impulsionou a indústria automobilística, mas também influenciou a fabricação em muitos outros setores.


No início do século XX, o Brasil testemunhou os primeiros passos em direção à era automobilística. Um marco notável foi a introdução do Peugeot Type 3, que se tornou o primeiro carro a circular em terras brasileiras. Adquirido pela influente família Santos Dumont, esse veículo não apenas representou uma façanha tecnológica, mas também simbolizou o espírito pioneiro e a visão de futuro que caracterizaram a época. Além disso, o De Dion Bouton, adquirido pelo conde d'Eu, marido da Princesa Isabel, também desempenhou um papel crucial na introdução e popularização dos automóveis no Brasil. Essas primeiras incursões automobilísticas não apenas abriram caminho para uma nova era de mobilidade, mas também deixaram um legado duradouro que moldou o cenário automotivo brasileiro até os dias de hoje.

A primeira fábrica de automóveis do Brasil foi a Fábrica Nacional de Motores, estabelecida em 1919, em São Paulo, por Mario Simonsen. Posteriormente, em 1956, surgiu a Vemag, também em São Paulo, responsável pela produção de modelos renomados como Sedã, Universal e Candango, além de motores para outras montadoras. A chegada tardia das fábricas de automóveis no país, comparada a Europa e Estados Unidos, deve-se à falta de infraestrutura, dependência de importações e à ausência de políticas públicas para a indústria automotiva. Durante a década de 1950, outras empresas começaram a surgir, como a Willys Overland do Brasil, fabricante do Jeep. Na década de 1960, novas fábricas como a Chrysler, com o Dodge Dart, e a General Motors, com o Opala, entraram em operação. Ao longo dos anos, outras montadoras importantes também estabeleceram presença no Brasil, incluindo Volkswagen, Fiat, Renault, Honda e Toyota.


O título de primeiro carro 100% fabricado em solo nacional e com produção em série é disputado entre dois modelos icônicos. O Romi-Isetta, com sua aparência peculiar, rodas pequenas e porta única que se abre para frente, foi produzido no interior de São Paulo de 1956 a 1961. No entanto, há controvérsias, e alguns argumentam que o verdadeiro detentor do título é a perua DKW-Vemag Universal, posteriormente chamada de Vemaguet. Isso se deve ao fato de que o Romi-Isetta tinha apenas três rodas e capacidade para dois ocupantes, não cumprindo totalmente as características definidas na época para "automóveis de passageiros”.




O Gurgel Itaipu E400 marcou o início da era dos carros elétricos no Brasil, sendo desenvolvido pela Gurgel e lançado em 1981. Reconhecido por seu silêncio operacional e design considerado futurista para a época, o modelo apresentava uma autonomia de 80 km, oferecendo um potencial promissor. Seu nome, "Itaipu E400", fazia referência à sua capacidade de carga de 400 kg. No entanto, o alto custo das baterias inviabilizou o projeto, levando ao encerramento da produção em 1982, após a fabricação de apenas 76 unidades.

A evolução dos automóveis em termos de segurança e conforto tem sido notável ao longo das décadas. Desde os primórdios da indústria automobilística, os fabricantes têm investido em tecnologias inovadoras para garantir veículos mais seguros e confortáveis. Um dos marcos importantes nessa evolução foi a popularização e obrigatoriedade do uso do cinto de segurança, que começou na década de 1950, quando fabricantes como a Volvo começaram a oferecê-lo como um recurso padrão em seus veículos. No entanto, foi nos anos 1960 e 1970 que os cintos de segurança realmente se tornaram um item comum em carros de produção em massa, impulsionados por campanhas de conscientização sobre segurança rodoviária e regulamentações de segurança mais rígidas. No Brasil, a obrigatoriedade do cinto de segurança foi estabelecida nos anos 1990, culminando na Lei Federal 9.503, conhecida como Código de Trânsito Brasileiro, em 1997. Essa medida legislativa foi fundamental para promover a segurança viária e reduzir o número de acidentes e mortes nas estradas.




Atualmente, o etanol desfruta de uma presença marcante na indústria automotiva brasileira, com os modelos flex representando impressionantes 81% das vendas de automóveis e comerciais leves no país em 2022. O marco inicial desse cenário foi o Fiat 147, pioneiro como o primeiro carro movido exclusivamente a etanol no Brasil. Desenvolvido em resposta à crise do petróleo enfrentada anos antes, o compacto equipado com motor 1.3, movido a álcool hidratado, foi lançado em 1979. Esse avanço culminou na introdução do primeiro modelo flex do país, o VW Gol, em 2003, seguido pelo primeiro híbrido flex, o Corolla, em 2019.




O século XXI trouxe uma revolução verde, com a ascensão dos carros elétricos. Liderados por empresas como Tesla, esses veículos eco-friendly estão mudando a maneira como pensamos sobre mobilidade e sustentabilidade, oferecendo uma alternativa promissora aos motores de combustão tradicionais.

O Dia do Automóvel, celebrado em 13 de maio, é mais do que uma homenagem aos pioneiros da indústria automobilística. Ele destaca a importância dos carros em nossas vidas, nos levando a lugares distantes, conectando-nos com outros e proporcionando liberdade. Hoje, é uma oportunidade para celebrar a inovação, liberdade e paixão pela condução. Seja restaurando clássicos ou defendendo a mobilidade sustentável, cada um de nós tem uma conexão única com o mundo dos automóveis. Então, ao ligar o motor e sair para a estrada, lembre-se da tradição de inovação e progresso que nos inspira.

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